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A motivação por trás
das paralisações vai além da escassez de peças. Segundo as empresas, o
plano foi adotado especialmente por conta do cenário ruim da economia
nacional.
Com o salto da
inflação, por exemplo, o preço dos carros foi afetado e continua subindo
nos últimos anos e o resultado é uma possível desaceleração da demanda
por veículos em 2023, segundo a projeção da Anfavea (a Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
A idéia das
fabricantes é ajustar o ritmo de produção para essa nova realidade,
evitando acúmulo de estoque nos pátios. Por isso diversas montadoras vão
parar suas produções e conceder férias coletivas aos funcionários. Os
motivos vão desde a falta de peças e equipamentos agravada pela pandemia
do Covid-19, até problemas econômicos brasileiros, que afetam
diretamente o mercado.
As empresas que
paralisaram ou que vão paralisar seus serviços são a Volkswagen, que
parou seus trabalhos desde fevereiro nas filiais de São Bernardo, São
Carlos (SP) e São José dos Pinhais (PR). Essas três montadoras tinham
voltado à ativa porém vão parar novamente à partir do dia 27, segunda.
Na Hyundai a
paralisação começou na segunda (20) para todos os três turnos de
produção na fábrica de Piracicaba (SP); a paralisação irá até dia 2 de
abril.
A Mercedes do Brasil
vai conceder férias coletivas parciais na fábrica de São Bernardo, à
partir do dia 3 de abril, as quais irão até 2 de maio, para adequação no
programa de produção, enquanto que as montadoras GM e Stellanis,
detentoras de marcas de veículos como Fiat,
Peugeout e Citröen,
anunciaram férias coletivas dos funcionários e
também paralisarão e concederão férias coletivas nas fábricas de São
José dos Campos, São Paulo, Goiânia e Pernambuco. Na fábrica da General
Motors em São José dos Campos, o ajuste temporário será na produção da
picape Chevrolet S10.
Desde 2021 o Banco
Central (BC) tem promovido aumentos regulares na taxa básica de juros, a
Selic, para impedir o descontrole da inflação, no entanto, o
aumento da taxa tem reduzido o consumo já que o crédito acaba ficando
mais caro, impactando diretamente a compra de automóveis.
Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave)
mostram que janeiro de 2023 houve queda de 34% nos
emplacamentos de automóveis, veículos comerciais leves,
caminhões e ônibus em comparação com o ano anterior — ainda que o número
seja 12% maior que o observado em janeiro de 2022 e em fevereiro o setor
apresentou novas quedas, que chegaram à 9% em relação à janeiro.
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