TORNADO CATEGORIA F3 DESTRUIU
CERCA DE 90% DA CIDADE:
O Ministério Público do Paraná (MPPR) realiza neste
domingo (9) um atendimento descentralizado presencial em Rio Bonito do
Iguaçu, município do Centro-Sul do estado atingido por um tornado na
última sexta-feira (7). A iniciativa, conduzida pelas Promotorias de
Justiça de Laranjeiras do Sul, busca acolher demandas urgentes e
garantir acesso rápido à Justiça para os moradores afetados.
O
serviço será prestado das 9h às 17h, no posto de comando da Defesa
Civil. Além de orientações jurídicas, as equipes do MPPR acompanharão a
efetividade das ações de recuperação e assistência em andamento na
cidade. A medida foi adotada diante da gravidade da situação e da
decretação de calamidade pública pelo Governo do Estado.
Imagens
aéreas da cidade, mostram bairros inteiros destruídos pelo tornado que
passou pela região. Dados da Defesa Civil apontam que 90% da área urbana
de Rio Bonito do Iguaçu sofreram algum estrago na infraestrutura, seis
pessoas morreram, duas estão desaparecidas e 432 estão feridas. A
tempestade foi classificada como tornado de categoria F3 com ventos que
chegaram a até 250 quilômetros por hora, segundo o Sistema de Tecnologia
e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
O
governador do estado, Ratinho Junior, informou que estuda decretar
estado de emergência para facilitar a reconstrução dos locais atingidos
pela tempestade. “Em Rio Bonito do Iguaçu, praticamente, as pessoas hoje
não têm onde dormir mais. Nós já estamos preparando desde ontem à noite
alojamentos”, disse.
De
acordo com Ratinho Junior, o Simepar ainda estuda o grau de força do
fenômeno que atingiu Rio Bonito destruindo grande parte da cidade. “Nos
últimos 30, 40 anos não tinha se visto um tornado com essa força.
Difícil realmente que alguma casa, até mesmo algum prédio comercial,
tenha ficado de pé. Nós vimos silos gigantescos indo ao chão, postos de
gasolina. Foi uma catástrofe sem muito precedente na história do estado
do Paraná”, afirmou o governador.
Equipes
do governo federal foram enviadas ao local para auxiliar no apoio às
vítimas e estudar a reconstrução das áreas atingidas. Houve colapsos
estruturais, danos à malha viária e à rede elétrica, o que deixou parte
da população sem energia. O hospital de Laranjeiras do Sul, próximo à
Rio Bonito do Iguaçu, ficou lotado e atendeu mais de 200 pessoas. Ao
todo, nove pessoas estão com ferimentos graves.
SAIBA QUEM
SÃO AS SEIS VÍTIMAS DO TORNADO:
Uma pessoa estava em Guarapuava e as outras cinco em
Rio Bonito do Iguaçu, onde ventos chegaram a 250 km/h, segundo Simepar.
Pelo menos outras 750 pessoas ficaram feridas durante as tempestades. A
Polícia Científica do Paraná confirmou a admissão de seis vítimas da
ocorrência em Rio Bonito do Iguaçu e Guarapuava, que já foram
oficialmente identificadas:
Jose Neri Geremias, 53 anos;
Jose Gieteski, 83 anos;
Adriane Maria de Moura, 47 anos;
Claudino Paulino Risse, 57 anos;
Jurandir Nogueira Ferreira, 49 anos.
Às 17h,
o Corpo de Bombeiros informou que não localizou mais ninguém nos
escombros dos prédios danificados em Rio Bonito do Iguaçu. As forças de
salvamento encerraram as buscas na área urbana e há sobrevôos em
andamento na área rural. Levantamento divulgado às 5h, de domingo (9),
pela Defesa Civil aponta que o tornado deixou ao menos 1.000 pessoas
desalojadas e cerca de 28 desabrigadas na cidade. Em toda a região, são
14,7 mil pessoas afetadas diretamente, com 704 casas danificadas - e os
números ainda não contabilizam as casas de Rio Bonito do Iguaçu.
Moradores relataram que o tornado chegou com temporal, vento forte e
granizo. Rio Bonito do Iguaçu tem cerca de 14 mil habitantes e fica a
400 km de Curitiba. As autoridades afirmaram que há suspeita de mais
vítimas sob escombros. Um hospital de campanha foi montado no município
para atender a demanda.
O
coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, subcomandante-geral do Corpo de
Bombeiros do Paraná, afirmou que o número de vítimas pode aumentar.
Segundo ele, equipes de várias regiões do estado, inclusive de Curitiba,
foram enviadas para apoiar os trabalhos. O governador Ratinho Junior
informou em nota que a Defesa Civil e as forças de segurança estão
mobilizadas e acompanham as cidades atingidas pelas tempestades. Ele
embarcou para um vôo para a cidade às 6h do sábado.
"A
Defesa Civil e as nossas forças de segurança estão em alerta,
mobilizadas e acompanhando as cidades atingidas pelas fortes
tempestades. Nossa solidariedade a toda a população das regiões
afetadas. Seguimos em atenção permanente", publicou nas redes sociais. O
governo federal também está acompanhando os trabalhos de resgate.
Segundo
o governo do Paraná, fortes rajadas de vento e chuvas fortes foram
registradas em algumas cidades do estado, causando estragos. Até as 19h,
cerca de 60 mil imóveis estavam sem energia, segundo a Copel. As áreas
mais afetadas foram as regiões Oeste e Sudoeste.
Fonte: JP/ G1/ agenciabrasil.ebc.com.br
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Furacão Melissa ganha força no Caribe.
Os ventos máximos sustentados do furacão são de 280
km/h, de acordo com o relatório das 15h, no horário de Brasília, do Centro
Nacional de Furacões dos EUA. Isso representa um aumento de 16 km/h nos ventos
em relação ao alerta de 12h, também no horário de Brasília. Naquele momento,
olho do furacão de categoria 5 estava a 233 km a sudoeste de Kingston, na
Jamaica.
O Melissa começou a virar para o norte em direção à
Jamaica e agora segue para oeste-noroeste a 5 km/h. No país caribenho, o
governo emitiu ordens de retirada obrigatórias para diversas comunidades
costeiras vulneráveis.
Com os ventos sustentados em 280 km/h, o Melissa é
agora um dos furacões mais fortes já registrados na bacia do Atlântico, com
base nas velocidades máximas dos ventos dessas tempestades. Apenas nove
furacões no Atlântico foram mais fortes que a tempestade. O furacão Allen, de
1980, ainda detém a marca de tempestade mais forte da região, com ventos de
305 km/h.
Gravações de tela de radares meteorológicos mostraram a
trajetória do furacão Melissa conforme ele se aproxima da Jamaica. O vídeo
acompanhou o fenômeno por um período de seis horas. O furacão, de categoria 5,
deve tocar o solo na Jamaica nesta terça-feira (28/10) como a “tempestade do
século” e com ventos catastróficos, de acordo com meteorologistas.
A expectativa de especialistas é de que o furacão seja o mais forte a atingir
a ilha na história desde o início dos registros, há 174 anos.