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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
afirmou nesta sexta-feira (24/10) que os traficantes também são
“vítimas dos usuários” de drogas, ao
comentar a ofensiva militar do governo dos Estados Unidos sobre
embarcações no litoral da Venezuela. “Todo mundo, quando a gente fala em
combater as drogas, possivelmente, fosse mais fácil a gente combater os
nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis
pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também", disse, em
coletiva de imprensa na Indonésia.
Lula
criticou as ações do governo Donald Trump no Mar do Caribe e indicou que
pretende abordar o assunto na reunião que deverá ter com o presidente
americano, no próximo domingo (26/10), em Kuala Lampur, na Malásia.
Segundo o petista, o “mínimo que se espera”
de um chefe de Estado é “prender, julgar e punir
de acordo com a lei”, e não “matar as
pessoas”.
Lula
tem defendido que não haja intervenções estrangeiras em países da
América Latina e que “não se combate o crime
invadindo o território dos outros”. Caso contrário, o mundo vai
virar “uma terra sem lei” se cada país
pensar que pode agir “como quiser” em fronteiras alheias, na visão do
presidente. "Você não pode simplesmente dizer que
vai combater o narcotráfico na terra dos outros sem levar em conta a
Constituição dos outros países, a autodeterminação dos povos ou a
soberania territorial. Se o mundo ficar uma terra sem lei, fica difícil
viver. Se o presidente Trump quiser discutir esse assunto comigo, terei
imenso prazer", comentou.
A
posição oficial do governo dos Estados Unidos é de que o presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, lidera o Cartel de los Soles. Por isso, foi
anunciada uma recompensa de US$ 50 milhões (R$ 272 milhões) por
informações que levem à sua captura. A Venezuela atribui as acusações de
Trump contra Maduro a um plano para buscar uma
“mudança de regime” e assumir o controle das reservas de petróleo
do país.
TRUMP
ENVIA O MAIOR PORTA-AVIÕES DO MUNDO PARA A VENEZUELA:
Em uma escalada sem precedentes das tensões militares
entre Estados Unidos e Venezuela desde que o governo de Donald Trump
deflagrou sua guerra ao narcotráfico, o maior navio de guerra do mundo –
o porta-aviões USS Gerald R. Ford – agora navega em direção ao Mar do
Caribe. O porta-aviões – um dos 11 que fazem parte da frota americana –
se soma a oito navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35 já na
região.
Em
declaração postada nas redes sociais, o porta-voz do Pentágono, Sean
Parnell, afirmou que a presença aumentada das forças americanas na
região "vai impulsionar a
capacidade de detectar, monitorar e interromper atores e atividades
ilícitas que comprometam a segurança no Hemisfério Ocidental".
O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, declarou
que os EUA darão aos "narcoterroristas"
o mesmo tratamento dispensado à organização
terrorista Al Qaeda de Osama bin Laden, responsável pelo atentado de
2001 às Torres Gêmeas. Ainda
não há informações sobre quando o porta-aviões chegará ao Mar do Caribe,
mas há alguns dias ele foi avistado na Europa.
O Gerald Ford é o porta-aviões mais novo dos EUA e o maior do mundo, com
mais de 5 mil militares a bordo e capacidade para transportar mais de 75
aeronaves, incluindo destróieres. A embarcação tem ainda um reator
nuclear próprio e um arsenal de mísseis de médio alcance e terra-ar,
além de radares sofisticados que podem ajudar a controlar o tráfego
aéreo e marítimo.
Os navios de apoio, como o cruzador lança-mísseis guiados classe
Ticonderoga Normandy e os destróieres lança-mísseis guiados classe
Arleigh Burke Thomas Hudner, Ramage, Carney e Roosevelt, possuem
capacidades de guerra antiaérea, de superfície e antissubmarino.
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