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Após o acordo de cessar-fogo entre Israel e o
Hamas, o grupo terrorista tenta restabelecer o domínio sobre a Faixa de
Gaza. Forças do grupo extremista entraram em confronto com grupos
armados rivais em diferentes partes do território palestino e execuções
públicas foram registradas em vídeos e espalhadas nas redes sociais.
A
disputa de poder tem dividido a população quanto à volta da presença de
uma forma de autoridade ao cotidiano do local, que passou dois anos
mergulhado no caos da guerra. Após a retirada do Exército israelense, o
Hamas anunciou uma operação para reocupar as zonas que estavam ocupadas,
sob argumento de garantir a ordem e restaurar a lei.
No
poder do enclave desde 2007, o grupo anunciou uma mobilização de 7 mil
homens. Combatentes das Brigadas Izzedine al-Qassam, seu braço armado,
foram vistos controlando a multidão durante a entrega dos reféns na
segunda-feira, enquanto a polícia do território retomou patrulhas nas
ruas das cidades, com agentes usando máscaras pretas e portando armas de
assalto. Imagens captadas pela Agência Reuters mostram dezenas de
membros armados do Hamas reunidos em frente a um hospital no sul da
região. Um deles usava insígnia da chamada
“Unidade Sombra”, facção responsável por manter reféns
israelenses em cativeiro.
De
acordo com o corpo de segurança do Hamas, uma unidade recém-criada cujo
nome se traduz como Força de Dissuasão, estava realizando
“operações de campo para garantir segurança e
estabilidade”. Desde o início da operação, foram registrados
confrontos entre o Hamas e outras facções palestinas.
O Hamas intensificou ações de repressão violenta
na Faixa de Gaza desde o início do cessar-fogo, executando ao menos 33
pessoas acusadas de desafiar sua autoridade. A manobra ocorre em
meio à reocupação gradual das ruas por combatentes do grupo, num momento
em que os Estados Unidos articulam uma força internacional para
estabilizar o território e promover a transição de governo.
Em
coletiva realizada na quarta-feira (15), o presidente dos EUA, Donald
Trump, confirmou que houve sinal verde temporário para que o Hamas atue
como força policial em Gaza. “Eles querem acabar
com os problemas, e têm sido abertos sobre isso. Nós demos aprovação por
um período de tempo”, declarou o presidente ao ser questionado
por jornalistas.
A
repressão se concentra em clãs rivais e supostos colaboradores de
Israel. Um oficial do Hamas afirmou que 32 pessoas ligadas a uma gangue
da Cidade de Gaza foram executadas. Outros seis integrantes do próprio
Hamas também morreram em confrontos recentes. Em vídeo divulgado nas
redes sociais, homens armados com metralhadoras são vistos executando
prisioneiros ajoelhados na rua, sob gritos de
“Allah Akbar”. O grupo também teria eliminado o principal
auxiliar de Yasser Abu Shabab, figura de oposição baseada em Rafah,
segundo autoridades locais. Shabab é acusado pelo Hamas de colaborar com
Israel, acusação que ele nega. A ofensiva também mira outros líderes
dissidentes em Khan Younis e arredores.
O
presidente dos Estados Unidos, afirmou nesta quinta‑feira (16/10) que,
se o Hamas continuar matando pessoas na Faixa de Gaza, ele
“não terá escolha a não ser entrar e matá‑los”.
Em uma publicação no Truth Social, Trump ameaça novamente o grupo
radical Hamas. Ele afirmou que matar as pessoas em Gaza
“não era parte do acordo” estabelecido com
Israel. “Se o Hamas continuar a matar pessoas em
Gaza, o que não era o acordo, não teremos escolha a não ser entrar e
matá-los”, reforçou.
O presidente norte-americano tem ameaçado o
grupo desde que passou a participar como mediador do cessar‑fogo na
Faixa de Gaza. Na terça‑feira (14/10), afirmou que o Hamas precisa se
desarmar voluntariamente e que, caso não o faça, será desarmado à força
por Washington.
Israel
e o Hamas têm trocado acusações mútuas sobre violações do acordo. De
acordo com o governo israelense, o grupo radical não está cumprindo o
acordo ao não devolver os restos mortais dos reféns, que, segundo o
Hamas, não conseguiu localizar. O grupo, porém, acusou Israel de
continuar matando pessoas a tiros na Faixa de Gaza, mesmo com o
cessar-fogo, afirmando que isso constitui uma violação.
Fonte: Metrópoles/ Conexão Política/ Revista Oeste
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